quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ser feio

A feiura é uma virtude para poucos
Ninguém é feio porque quer
É estado de graça
Momentos e nacos de felicidade imperfeita

Para ser feio
Não é só preciso rasgar as roupas do dia
cuspir e arrotar
É preciso mover sua propria conveniêcia
Para tudo aquilo que não está no atual
Fazer valer seu espírito nobre
De vestir tudo ao contrário
E perceber que és uma exclusão ambulante
E ver que isso não é defeito
É uma dádiva, um desbunde, um sexo
Uma trepa bem dada
Saia com roupa mais rasgada
E mais horrível
E veja que a feldade é algo tão comum e singelo
Como dar pipoca aos pombos da praça
Mostre para a patricinha e para o Maurição
Que você é tão linda (o) que ofusca os olhos
E faz com que afaste os olhares
Olha, a garota de ipanema é feia!
Ela não tem nada que os olhos não afaste
A feiura é um perigo, uma transgressão, uma subversão
É tortura
A feiura não está na liquidação
Mas no esquecido do brechó
No deposito, sempre a espera da compra
Da sua expectativa inseparável
A feiura é o elmo dos herois feios
E dela que se faz a sua piedade
E a sua comoção
Ah, feiura
Me acompanhe até a morte
A terra, as minhocas ficarão satisfeitas

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Metron

Meço
Meço meu maço de palavras
Duzias
E digo as duvidas de vida
Reduzo
Ao extremo
Descortino-me em novas propriedades
Exibo
As medidas incontáveis
Detestáveis para alguns
E arrebento mesuras
E digo
Meu Deus, me "mida"