quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Só um adendo.

Enquanto há recessão de inspiração, fica aí esse adendo pseudoinfopinativo:
Pesquisa mostrou as instituições nas quais os brasileiros mais e menos confiam, a saber:
A mídia e o governo respectivamente....

Ao ter acesso à essa informação, cocei minhas suíças (tão pseudoinfopinativas quanto esse adendo) e pensei: "Somos gênios ou idiotas... Hum, será que é possível ser os dois meio-a-meio?"

Depois disso pensei em escrever um texto sobre a credulidade e a incredulidade do brasileiro. Mas fiquei pensando sobre esse lance de meio-a-meio e decidi que era mais proveitoso comer um trakinas...

R!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

All Star novo

Não é lindo?!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Flerte

Foto de Alberto Santos, 08/2004
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Eu o vi de relance e olhei novamente... Estávamos num festival de música duma cidadezinha no interior do Rio de Janeiro. Lembro que eu tomava um vinho 'bagaceira' nessa hora.
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Era o show de um artista meio brega, desses que você tem vergonha de contar que viu ao vivo... quando olhei novamente, vi que seu olhar encontrava-se com o meu...
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Eu deveria parar, mas estava adorando 'levar flechadas daquele olhar'... e continuei olhando... agora não só olhava como também sorria para o dono daqueles olhos castanhos...
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Acabou o show. Eu e minhas amigas dirigimo-nos até o toillet mais próximo. Fi-lo seguir-me... creio que meu olhar também despertara seu interesse e confirmei-o mais tarde durante nossa conversa.
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Continuei a observá-lo na fila... e ele a mim. É incrível como podemos dizer tanto sem falar palavra alguma... seus olhos diziam inúmeras coisas aos meus... coisas que só os olhos podem dizer... coisas que não são passíveis de descrição e que só os olhos compreendem... Vai entender! rs
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Seguiu-me depois, até tomar coragem de falar-me. Apresentou-se a mim e às minhas amigas. Parecia 'safo' demais, no entanto, havia certo indício de insegurança em suas palavras, mas isso ele disfarçava bem... creio que só eu o percebi.
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Trouxe outros consigo, para que ninguém se sentisse solitária. Conversávamos sobre tudo e sobre nada... eram trivialidades apenas... mas a companhia dele estava tão boa... o assunto rendia mesmo que não fosse do nosso interesse...
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E falávamos... beijávamos, e não mais falávamos... parecia que eu já o conhecia profundamente... o tempo havia estacionado, o frio de 3ºC já tinha se tornado calor enquanto estava envolta naqueles braços. A música agora era lenta, não por que ela assim o fosse, mas por que essa ficou sendo a lembrança daqueles instantes. O céu estava cheio de estrelas...
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Era um alguém exótico, diferente dos outros, difícil de rotular... talvez por isso a música de fundo na minha memória seja diferente da que tocava de fato no dia... talvez por isso eu tenha gostado tanto. Era um pequeno flerte no meu feriadão de Corpus Cristi, a novidade pra 'cerva' de fim-de-semana com as amigas, minha pequena válvula de escape da rotina...
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... Era um alguém que eu nunca mais veria...
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(...)
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E a música cessou, o festival acabou, o frio voltou, o ônibus demorou ... mas a volta para casa foi tão doce quanto a 'sangria' que tomava no começo da noite ...


...
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É... com as devidas ressalvas, essa é uma página do meu diário, editada claro, pra que ninguém se sentisse exposto e nem eu fosse processsada! Como a última postagem foi sobre beijo, nada melhor que escrever sobre um flerte.
Esse texto foi escrito originalmente em 12/06/07 e modificado hj, dia 10/01/08.
rs

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Morte na Rua Paraíso

'1, 2, 3, 4'...
... que barulho estranho! ... Parece?!? ...
Quantos gritos!?! ...
... Chego na janela e: '5, 6'!!!
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No chão, no chão, no chão!!
... Foram mais dois disparos.
(...)

pintura de 1894 intitulada 'O Cadáver', exposta no museu Alemão da Higiene em Dresden
(Na reportagem não encontrei o nome do autor)



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Mais dois disparos e mais nenhum grito... segundos depois, o silêncio da rua era rompido apenas pelo desespero da viúva:

" --Mataram meu marido, mataram meu marido!!"
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Eu continuava deitada no chão, com medo de mais alguma coisa e não sabia bem do que. Por trás das paredes de concreto da minha sala, não enxergava nada, mas via tudo....
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Via uma viúva atônita, sem nem conseguir acreditar no que estava acontecendo... ela não chorava. Acho que nem sabia chorar. Ela estava em pânico e só sabia gritar:
" --Mataram meu marido!!!" ....
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Via o bebê recém-nascido no colo dela - ele chorava de quando em vez, mas não devia saber o que estava acontecendo... acho que chorava devido as sacolejadas no colo da mãe... via os outros dois filhos dela, duas pequenas crianças lacrimejando e ganindo diante da cena funesta. Duas crianças com as cândidas almas sendo profanadas por imagens tão bestiais como aquela...
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Via os vizinhos consolando a viúva, ou tentado consola-la... acho que no fundo, eles tentavam consolar-se a si próprios. Moram numa cidade tomada por um poder paralelo que adentra as casas das pessoas e muda para sempre a sorte de uma família, ou melhor, de várias famílias... Moram num lugar onde se mata maridos na frente de suas esposas. Ninguém estava a salvo daquela realidade. A morte dele poderia ser a de qualquer uma daquelas pessoas...
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Via meu pai ligando para os bombeiros, numa tentativa de salvar o alvo de tão enfurecidas balas... em vão, pois o que estava deitado na rua já não passava de um corpo sem vida. A vítima já estava até esfriando...
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Tomei coragem e fui olhar a rua. Já tinha me cansado das imagens produzidas pela minha mente baseadas nos ruídos lá de fora... E vi o corpo que jazia no meio da encruzilhada, bem embaixo da minha janela...

...

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Via sangue. E dessa vez via de verdade, com os olhos e não com a imaginação. O defunto estava em meio a uma poça vermelha, deitado em cima do próprio sangue...
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A cena era bem pior do que eu previa! Mesmo sendo dotada de uma imaginação bem fértil, eu jamais poderia recriar em mente as expressões de torpor daquelas pessoas. Eram umas caras de impotência, de desespero, de indgnação e sobretudo, de medo!
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Levaram a viúva aos prantos para longe daquele cenário absurdo- sim, ela conseguiu acreditar no que acontecia e portanto, chorar. Ninguém sabe muito bem lidar com a morte, ainda mais com uma morte tão violenta e tão sem propósito, sem aviso... ninguém queria lidar com aquela morte.
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Aos poucos, a vizinhança foi recolhendo-se às suas casas e quando a perícia chegou, o local já havia sido abandonado por todos... Só o defunto 'descansava em paz'...
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EM PAZ?!??
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.Bem, ele descansava sim, mas numa paz que eu não quero para mim.

...

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Bom... esse texto foi escrito na madrugada do dia 28 para o dia 29 de dezembro de 2007, quando mataram alguém aqui perto, dias depois das festividades natalinas...


... eu não saberia expressar-me de outra forma... espero que esse tipo de coisa deixe de acontecer em 2008, mas sei bem que isso não será um desejo muito fácil de ver realizado...


Tenho medo... aqui era tão tranquilo há uns anos atras... e agora isso! Onde vamos parar?!?