segunda-feira, 17 de março de 2008

Cópia?!?

É galera... parece que o (Falta de) Inspiração tem servido mesmo é de 'inspiração' pra muitas pessoas por aí afora... Hoje encontrei 2 sites copiando textos da gente. Não sei se rio ou se choro! Seria interessantíssimo ver textos do blog em outros veículos de comunicação, contanto que houvesse um aviso prévio aos autores do Blog. Num dos sites, os textos estavam com os devidos créditos (tudo dentro dos conformes). Eu só não entendi por que não avisaram sobre a publicação. Esquecimento talvez?!
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O fato é que em vez de ter uma boa surpresa, fiquei foi assustada ao ver os textos em outros lugares(mesmo com os créditos) ... Não somos Machado de Assis ou José de Alencar dos blogs, por isso o susto... mas tudo bem. Certamente meus amigos bloggueiros entendem a minha preocupação. Deixo claro que ninguém desse site em questão cometeu crime algum já que puseram a fonte dos textos, então questão resolvida. Sem maiores polêmicas. Sem mortos ou feridos! rsrsrs
http://www.copyscape.com/view.php?o=32993&u=http%3A%2F%2Fleader.top5-top.info%2Floja-do-som-info.htm&t=1205800716&s=http%3A%2F%2Ffaltadeinspiracao.blogspot.com%2F&w=26&c=1

http://www.copyscape.com/view.php?o=32993&u=http%3A%2F%2Fwww.cadernor.com.br%2Fmulher%2Findex.php%3Foption%3Dcom_content%26task%3Dview%26id%3D206%26Itemid%3D43&t=1205800716&s=http%3A%2F%2Ffaltadeinspiracao.blogspot.com%2F&w=23&c=

http://www.cadernor.com.br/mulher/index.php?option=com_content&task=view&id=207&Itemid=43

Quem quiser usar conteúdo do blog, peça autorização via e-mail ou deixe um contato nos comentários relacionados ao texto que se quer copiar. Susto a parte, saber q os textos daqui foram escolhidos é muito bom! Faz bem ao ego. Mas para prevenir novos sustos, prefiro que, de agora em diante, me peçam cópia daquilo que quiserem utilizar. Mando por e-mail a quem interessar. É melhor assim.

O meu e-mail para contato é rackeldpj@gmail.com. Se o texto não for minha criação, passarei o contato para o autor em questão.

Grata,
Rackel

quarta-feira, 12 de março de 2008

Espólio



Era noite. Na cabeceira da cama havia uma ponta, um maço de cigarros e um cinzeiro cheio de guimbas... No chão, um par de sandálias que não o pertenciam, um vestido em malha balli e alguns adornos por ela utilizados na caçada dele próprio - como os brincos, o colar e as pulseiras... Já na cama ao seu lado estava aquele corpo feminino nú, de formas tão brandas e carnes tão macias... quase pueril, não fosse o que ela sabia fazer com ele. Não sabia mais se era sua presa ou seu caçador.

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Só sabia que ela era dele, não havia a menor dúvida! Olhava suas curvas cansadas sobre aquele leito... seu playground particular! Apesar de exausto, seu corpo continuava semi-erguido - à meia luz para não atrapalhar o sono dela - estupefato, admirando a formosura daquela que sabia como ninguém arrancar os seus mais profundos suspiros...

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Ela, entretanto, não era dele. Na verdade, ela não pertencia a um alguém concreto, nem a ela mesma... Ela dizia pertencer ao mundo. Mas seus cabelos tão lisos e tão negros jaziam ali, no dormitório dele... Não importava o que diziam ela e os outros, certo?!.
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O que era realmente importante, é que naquele exato instante era ele quem contemplava a beleza indescritível daquela moça... era para ele que ela havia usado os delicados enfeites espalhados pelo cômodo e com ele que ela havia cantado sonatas de amor durante toda uma madrugada entregue aos devaneios da libido humana... eram dele o suor e a seiva envoltos no corpo de menina trigueira que ela ostentava...
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Deitou-se ao lado dela, apagou a luz e perpassou seu braço por cima daquele outro tão miúdo que ali repousava... queria aproveitar cada segundo imerso no calor daquele tronco esbelto, sentindo o perfume da nuca tão bem entalhada e com suas pernas enroscadas entre as dela... No fundo ele sentiu que seria a última vez que a consumiria daquela forma.
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Ele sabia que a menina travessa com quem se deitava de quando em vez, tem certa mania de surgir e desaparecer quando melhor lhe convém. Para a moça arredia não adiantava que ele deixasse recados na caixa postal do celular ou comentasse saudades com suas amigas... nessas ocasiões, num completo paradoxo, ela era tal qual uma guerreira austera que nunca rendia-se aos encantos ou apelos de ninguém. Era a favor da liberdade e não permitia que houvesse vínculo emocional entre eles... O que importava era apenas a satisfação dos seus caprichos de menina mimada. A vitória tinha de ser sempre dela...
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Na manhã seguinte ela desperta faceira e anda pelo cômodo a procura de suas vestes. Quase como num ritual, orna-se novamente com tudo o que ele arrancara de seu corpo na véspera - a não ser pelo brinco de capim dourado cujo par se perdera durante a intensa movimentação de seus corpos - e leve como uma pluma, deixa aquela residência, sem contudo, acordá-lo.
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No momento em que ele desperta, busca com os olhos o objeto do seu desejo... e dá-se conta do óbvio: ela se foi. E no mesmo instante pensa: 'será que sonhei com ela?'

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Olhando para os lados a procura da sua velha companheira nicotina, vê a marca de batom numa guimba dentro do cinzeiro... foi real. Foi su-real! Nota também o brinco que ela tanto procurou mais cedo... estava quase embaixo do colchão, ao lado dele, somente com uma pontinha aparecendo. Acende o cigarro absorto nos próprios pensamentos...

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Não era a primeira vez que ela se ia, mas era a primeira em que deixava-o sem um beijo de bom dia... Diante disso, percebeu que nunca mais veria a dona daquele brinco. Guardou-o como a um espólio de guerra... espólio da batalha em favor do prazer. Tinha de resignar-se apenas com aquela singela lembrança de noites tão bem compartilhadas...
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Apagou o cigarro, voltou ao leito e tornou a dormir. Naquele momento, nada poderia ser melhor do que uma noite - ou manhã - bem dormida ..


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Escrito originalmente em setembro de 2007. Modificado em março de 2008.