sábado, 22 de dezembro de 2007

Cores de um olhar

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Certa noite, numa mesa de bar,
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tornei-me novamente uma criança
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ao ver os teus olhos cor de esperança
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tentando com os meus olhos encontrar



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Hoje vejo um outro tipo de olhar,
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que me mostra essa fria cor de chumbo
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e acredito ser a única no mundo
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sentindo essa cor vazia me penetrar.
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Por que insistir nesse cruzar de olhos
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Se não há sentimento para mostrar
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e nem mesmo a vontade de junto estar?

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Esqueça amar, esqueça apaixonar,
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esqueça namorar, gostar ou ficar
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e esquecerei teus olhos cor-de- mar!

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...

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Bem... p'ra começar, ISSO NÃO É UM SONETO!!! Parece, não é??!? rs... Não, não parece, nem é! rs
Eu comecei esse poema em junho de 2006 e tentei fazer dele um soneto, +/- até outubro do mesmo ano...

Lembro que sentia muita admiração e ao mesmo tempo, muita inveja daqueles sonetistas que estudava lá da letras (fora os poetas q estudam lá tb). Daí resolvi fazer meu próprio soneto...

Só que eu sou uma pessoa meio sem paciência - pra não falar da minha falta de talento p'ra versos metrificados - e por isso, acabei desistindo dessa idéia de soneto. Não é a minha praia mesmo...

Enfim... não custa compartilhar a minha frustração mediante minhas dificuldades, nem é uma vergonha para mim fazer isso... Admito: NÃO SOU POETIZA/POETA, mas tenho outros atributos!

(hehehehehehe)

Divirtam-se com essa trágica tentativa de escrever um soneto!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

RessacaS

Ela acordou. Ele não conseguiu dormir. Não sabia ao certo se cedo ou tarde. Estava totalmente consciente do sol se levantando, mesmo por detrás das paredes fechadas e janelas pesadas. Tinha a boca seca, muito seca e mesmo salivando muito não conseguia matar sua sede... precisava de um copo d'água urgentemente. Sua barriga parecia um ser autônomo, movia-se em completo descaso e desapego pelo seu hospedeiro...
Levantou-se! Ao caminhar até a cozinha, notou os vestígios da véspera... É, iria ficar ainda um bom tempo deitado, derrotado, entre os despojos da noite passada. não tinha tempo para isso, a sede fez com que fosse até o outro cômodo sem pensar na cena com que havia se deparado. Passou em revista o quarto com um movimento mínimo de cabeça. Talvez assim não enfurecesse inda mais os tornos que lhe apertavam as têmporas. Leda ingenuidade.
Bebeu do líquido como se ele fosse o mais precioso do universo... A mochila jogada em um dos canto ainda lá, o casaco ao pé da cama, carteira e chaves sobre a cômoda... como era boa aquela água! Sentiu uma pontada na cabeça, enquanto caminhava pela casa... talvez fossem as lembranças fazendo força p'ra chegar. Deu graças pelo volume que o estava incomodando no bolso da calça. Não precisaria se mover para procurar o celular.
Ela passou pela sala e viu suas sandálias... estavam arrebentadas de tanto dançarem. No quarto, viu as roupas esparramadas pelo chão... ainda bem que não trabalharia hoje, por que precisava "limpar aquela bagunça". Achou graça na escuridão que encobria a desordem do aposento que lhe servia de quarto e, na maior parte do tempo, também de sala.
Pegou no vestido. Notou uma mancha púrpura no traje tão belo... Mas o escuro não escondia a mancha da camisa, muito próxima do rosto, visível mesmo na penumbra. "Será que isso saí?", pensou ela. "Merda”, pensou ele.Enquanto isso, os flashes da noite passada começavam a brotar naquela cabeça confusa. Começou a pensar na noite passada. Será que era noite passada? Ele ainda não havia dormido...
A cada passo que dava, cada objeto que pegava, sentia uma nova pontada... sim, eram os momentos vividos sendo novamente reproduzidos, ainda que recortados pela ótica ébria da dona das lembranças. Resolveu tentar traçar uma linha cronológica dos acontecimentos, mas sem sucesso. Os cacos de noite continuavam caindo sobre sua cabeça no compasso sincopado do pulsar de sua testa... A boca pedia mais água... a boca fazia mais água! Sentia-se mal e lembrava... aí, sentia-se pior ainda... "como podia ser tão burra, como podia ter-se deixado levar tão longe?!". "Dançar numa mesa de bar?!" Não era disso, ter ressaca... Mas as circunstâncias eram de todo atípicas, e ele não era, de longe, o mais alterado naquela noite.
De um salto corre atônita para o banheiro. Súbito, um arroto incontrolável trouxe à sua boca um gosto ácido e quente. É que o mal da noite anterior já subia pela goela e precisava ser expurgado no lugar certo, para não causar-lhe ainda mais transtorno... Todo o corpo se contraiu para evitar algo que poderia ser uma desgraça naquela situação. Sabia que dificilmente teria como alcançar o banheiro naquele estado. "Vinho barato dá nisso!!", praguejava ela mentalmente. “Vinho barato dá nisso!!” pensou imóvel para despistar as dores.
Agora doía-lhe a cabeça e o estômago. Na boca, um gosto ácido.No rosto refletido no espelho, a vergonha... e as cenas?! Que inferno eram as cenas voltando... era tudo tão ridículo! Não pode evitar um sorriso à idéia de preferir o escuro a se ver, ou ser visto, naquela situação. "Ficar justamente com aquele sujeito?!" Só assim mesmo para ficar com aquela louca... Onde já se viu, dançar em cima da mesa... Achava que isso só acontecia em histórias de bêbados!!!(...)
Chorou! Chorou defronte ao espelho, procurando seu melhor ângulo...
Riu! Riu sem se importar com a dor que martelava sua testa, agora. Não havia ângulo bom naquela história.
Chorou mais ainda! Agora vinha uma dor no peito, uma angústia, vontade de gritar...
Não tinha como não rir daquela história...
Não tinha quem a acudisse, não tinha quem a apoiasse, não tinha quem a amasse... E quanto mais ria mais tinha vontade de rir... estava sozinha num banheiro frio e já sentada no chão, encolhida, sofrida... Sozinho, no escuro, encolhido com a puta dor de cabeça. E rindo. Lembrou-se da sua condição de moça solteira, vivendo sozinha na cidade grande. Lembrou-se de sua condição de homem sozinho morando na cidade grande. Ela não tinha platéia nesse momento... Quem dera tivesse platéia naquele momento!Ela era só! Ela se garantia sendo só. Ele era só! Ele se tranquilizava sendo só.
E pensando dessa forma, levantou-se, lavou o rosto, a boca, olhou-se no espelho e prendeu o cabelo. Sentou-se na beira da cama e passou os indicadores pelas têmporas. Pegou um analgésico p'ra aplacar a dor insuportável que era agora constante. Engoliu em seco o comprimido. Como sabia que era só tomar um café para melhorar da dor de cabeça, pôs-se a isso. Pôs-se então a fazer as tarefas domésticas e a limpar a sujeira. "O trabalho braçal enobrece o homem e ajuda a esquecer a noite passada", pensava ela... Dessas noites muito se esquece mas devem ser lembradas...” pensava ele
E repetindo isso como um mantra, foi-se esquecendo, esquecendo, apagando e apagando... até não lembrar de mais nada!
E com isso em mente, foi tentando relembrar a noite, montando e montando, lembrando e lembrando, até não esquecer mais nada!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Ressaca


Ela acordou. Não sabia ao certo se cedo ou tarde. Tinha a boca seca, muito seca e mesmo salivando muito não conseguia matar sua sede... precisava de um copo d'água urgentemente.




Levantou-se! Ao caminhar até a cozinha, notou os vestígios da véspera... não tinha tempo para isso, a sede fez com que fosse até o outro cômodo sem pensar na cena com que havia se deparado.




Bebeu do líquido como se ele fosse o mais precioso do universo... como era boa aquela água!Sentiu uma pontada na cabeça, enquanto caminhava pela casa... talvez fossem as lembranças fazendo força p'ra chegar.




Ela passou pela sala e viu suas sandálias... estavam arrebentadas de tanto dançarem. No quarto, viu as roupas esparramadas pelo chão... ainda bem que não trabalharia hoje, por que precisava "limpar aquela bagunça".




Pegou no vestido. Notou uma mancha púrpura no traje tão belo... "Será que isso saí?", pensou ela. Enquanto isso, os flashes da noite passada começavam a brotar naquela cabeça confusa.




A cada passo que dava, cada objeto que pegava, sentia uma nova pontada... sim, eram os momentos vividos sendo novamente reproduzidos, ainda que recortados pela ótica ébria da dona das lembranças.




A boca pedia mais água... a boca fazia mais água! Sentia-se mal e lembrava... aí, sentia-se pior ainda... "como podia ser tão burra, como podia ter-se deixado levar tão longe?!". "Dançar numa mesa de bar?!"




De um salto corre atônita para o banheiro. É que o mal da noite anterior já subia pela goela e precisava ser expurgado no lugar certo, para não causar-lhe ainda mais transtorno... "Vinho barato dá nisso!!", praguejava ela mentalmente.




Agora doía-lhe a cabeça e o estômago. Na boca, um gosto ácido.No rosto refletido no espelho, a vergonha... e as cenas?! Que inferno eram as cenas voltando... era tudo tão ridículo! "Ficar justamente com aquele sujeito?!" (...)




Chorou! Chorou defronte ao espelho, procurando seu melhor ângulo... Não havia ângulo bom naquela história. Chorou mais ainda! Agora vinha uma dor no peito, uma angústia, vontade de gritar...




Não tinha quem a acudisse, não tinha quem a apoiasse, não tinha quem a amasse... estava sozinha num banheiro frio e já sentada no chão, encolhida, sofrida... Lembrou-se da sua condição de moça solteira, vivendo sozinha na cidade grande. Ela não tinha platéia nesse momento... Ela era só! Ela se garantia sendo só.




E pensando dessa forma, levantou-se, lavou o rosto, a boca, olhou-se no espelho e prendeu o cabelo. Pegou um analgésico p'ra aplacar a dor insuportável que era agora constante. Engoliu em seco o comprimido. Pôs-se então a fazer as tarefas domésticas e a limpar a sujeira. "O trabalho braçal enobrece o homem e ajuda a esquecer a noite passada", pensava ela...




E repetindo isso como um mantra, foi-se esquecendo, esquecendo, apagando e apagando... até não lembrar de mais nada!




...




Esse texto foi escrito de súbito na madrugada de ontem pra hj... era minha vontade de escrever ressurgindo das cinzas... rs


Tive que reescrever o fim, pq a inspiração a essa hr já não era tão plena, faltou o 'furor poético' logo no finalzinho... talvez esse tenha ficado melhor. Prometo q um dia escrevo novamente essa parte (pq eu ainda não achei uma forma de escrever um fim decente pra esse texto)... enfim.


(É, o texto tem um 'q' de auto-biográfico sim, antes que me perguntem)


rsrsrs

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Mancha de realidade no linho da POESIA

Só para constar...
Onde a poesia se confunde com o real,
é difícil discernir o bem do mal.

Visitas do Papai Noel foram canceladas em favelas do rio por conta de tiros disparados contra um helicóptero que levava o bom velhinho... Resultado: outras tantas visitas foram canceladas em outras favelas (ou comunidades carentes, para os asfaltículas politicamente corretos). Há que se acabar com a ilusão de que o poder paralelo (que tanto fez, mereceu perder as aspas) está ali para proteção
dos moradores.

Arremedos de cowboys modernos, pseudocangaceiros das terras áridas da zona sul
atirando pro céu e abatendo sonhos de crianças...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Daqui, pra onde?

Como dizem dar azar não fazer sexo na primeira noite em uma casa nova... Para dizer que efetivamente cheguei... Aqui está uma postagem, testemunho do mais puro ócio... De qualquer forma espero que o nível de postagens melhore daqui por diante, até porque, se piorar... rsrs R!

...

...
Eu queria escrever bem...
... na verdade, eu queria escrever qualquer coisa, só pra começar a postar aqui...
(...)
Vi essa brincadeira de 'blog' aqui na net e achei tão legal... queria brincar também!
... mas a verdade é que estou sem inspiração p'ra escrita já faz muito tempo...

rs

Falta de Inspiração

Inspiro...

... expiro

Inspiro...

e Nada!

Cadê a inspiração que nem 'na onda' chega?

Cadê a piração e o caos criativo?

Cadê a ração da minha razão?!

Cadê a enxurrada de verbos desconexos embora significativos?!

Hoje a saraivada de versos etéreos não ronda mais minha mente, nem escorre trôpega pelos meus dedos...

Falta de inspiração? Falta de piração? Falta de ração?

... Sei lá ...