sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Chove torrencialmente dentro de mim

Chove Torrencialmente dentro de mim... Sinto que já pressentia a enxurrada que estava por vir como uma velha senhora que sente a chuva por vir com a mudança dos ventos.
Chuva transformadora, libertadora de mim... Antes presa num recipiente hermeticamente fechado, agora escorrendo entre teus lábios, lavando carinhosamente tuas feições, umidificando a alma.
Não há relampagos nem trovões que me façam desviar dos teus olhos. É simplesmente aquela chuva que você senta em frente da janela e observa... Lava vidraça, lava meus olhos como se agora pudesse ver dentro de ti. Os pingos no chão me fazem lembrar do estalido dos beijos que jamais esqueci. Não vejo temor no céu cinzento e obscuro.
A chuva me envolve a cintura assim como fazes teus braços. Também não há frio, a água que evapora parece tua respiração na minha nuca. O cheiro de terra molhada que faz brotar as mais infimas emoções. Os ventos te trouxeram até aqui...
Chove torrencilamente dentro de mim como se quisesse preencher o vazio de minh'alma... como se quisesse varrer pra longe toda a instabilidade... como se essa chuva, agora, fizesse parte de mim...